«O Governo irá acionar a declaração de alerta para limitar todas as ações que possam pôr em risco as populações e criar todas as condições que permitam garantir a mobilização dos recursos necessários e indispensáveis para o esforço que os próximos dias irão exigir», disse o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
A declaração foi feita após a reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estando presentes também o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e a Secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.
Segundo a informação apresentada no briefing, nos próximos dias existirá um elevado grau de severidade meteorológica, em que os níveis de humidade vão estar muito baixos, as temperaturas muito altas, estando a vegetação muito seca.
O Ministro acrescentou que vão ser dias «muito exigentes e preocupantes» no que toca ao risco de incêndio rural.
José Luís Carneiro sublinhou que «a determinação da situação de alerta deve ser sempre adequada e proporcional aos indicadores que estão disponíveis, o que corresponde a uma resposta graduada e será adotada pelo tempo considerado necessário às circunstâncias que sejam determinadas».
O Ministro alertou para que a população evite comportamentos negligentes e sublinhou que «a tolerância é zero relativamente ao uso do fogo», relembrando que «qualquer ignição pode rapidamente transformar-se num incêndio de grandes proporções».
José Luís Carneiro garantiu que «Portugal está melhor preparado para o combate aos incêndios rurais» do que em 2017, destacando o reforço dos meios de combate e de natureza preventiva.
Na sua intervenção, o Ministro do Ambiente e da Ação Climática disse que está assegurado o abastecimento de água para consumo humano e combate aos incêndios florestais, apesar da situação de seca no país e das condições meteorológicas muito adversas.
«Independentemente de estarmos na situação de seca e de estarmos nesta situação em concreto de condições climatéricas muito adversas, o País está neste momento a gerir de forma muito profissional e organizada aquilo que são os recursos de água disponíveis e, portanto, não existe nenhuma necessidade do ponto de vista daquilo que é o abastecimento para consumo humano», afirmou.
Duarte Cordeiro precisou que, nas situações excecionais, nomeadamente em territórios do país que estão isolados, «estão a ser proporcionadas soluções para que a população não tenha falta de água».
O Ministro salientou também que «globalmente não haverá dificuldades» no acesso a água para o combate aos fogos, admitindo, no entanto, que «poderá haver circunstancialmente problemas».
Duarte Cordeiro considerou que «é mais difícil todo este processo” de risco elevado de incêndio florestal devido a este ano ser «particularmente seco» e todo o território estar em situação de seca severa ou seca extrema.
Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais reforçado
Encontra-se mobilizado e em prontidão um Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) robusto e reforçado face a 2021. Estão preparados 12 917 operacionais (mais 859 do que em 2021), 3062 equipas (mais 267 do que em 2021) e 2833 veículos (mais 177 do que em 2021), bem como 60 meios aéreos.
O DECIR representa um investimento global de 32 milhões e 451 mil euros, a que se somam 20 milhões, nesta fase crítica, para os meios aéreos, que estão sob a responsabilidade da Força Aérea.
Fonte:https://www.portugal.gov.pt/