A produção de amêndoa vai aumentar, este ano, em relação à última campanhaA apanha ainda está a decorrer, no entanto, já se sabe que em relação ao ano passado vai haver mais amêndoa. Além de ter sido um bom ano para a produção deste fruto seco, já começa a ser também visível o efeito do aumento das plantações, até porque os novos pomares promovem um aumento do rendimento unitário na amêndoa. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a produtividade aumentou de 604 quilos para 725 por hectare. “Este valor, o mais elevado das últimas duas décadas, irá tendencialmente aumentar durante as próximas campanhas, aquando da entrada em plena produção de extensas áreas recentemente instaladas”, avança o Relatório Mensal de Agricultura e Pescas de Setembro. Segundo Rui Tranchete, vice-presidente da Amêndoacoop, organização de produtores de frutos de casca rija, com sede em Torre de Moncorvo, confirma-se o prognóstico de aumento. “Em determinadas situações entre a floração e o vingamento houve casos pontuais em que houve determinadas quebras em variedades mais precoces. Mas estamos a perspectivar um aumento de produção em relação ao ano anterior”, afirma. Num ano normal recebem cerca de 600 toneladas, mas o ano passado os valores estiveram bem abaixo desse valor. Também nos vários concelhos onde os associados produzem amêndoa têm aumentado os amendoais. “As novas plantações e novos amendoais estão a começar a entrar em produção, coisa que há uns anos não se reflectia tanto e agora nota-se esse efeito”, destaca. O número de produtores que entregam a amêndoa na cooperativa de Torre de Moncorvo também tem aumentado bastante devido à instalação de novos projectos de jovens agricultores, sendo agora cerca de 230. Armando Pacheco da Lcn Cooperativa-Cooperativa dos Lavradores do Centro e Norte, sediada em Mogadouro, adianta que esperam chegar às mil toneladas recolhidas este ano, um aumento em relação às cerca de 600 toneladas do ano passado. “Pelo que os cooperantes nos têm dito, de certeza que vamos aumentar a quantidade. O que se deve também ao facto de as novas plantações começarem agora a entrar em produção”, destaca também, quando ainda faltam cerca de 3 semanas de campanha. Nos últimos 4 anos só no concelho de Mogadouro foram plantados 900 novos hectares de novo amendoal. O número de associados da cooperativa ronda os 600, de vários concelhos, com Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Bragança e também dos distritos da Guarda e Viseu, número que tem também vindo a crescer. Amendoal cresceu mais de 50% nos últimos 10 anosNa última década, a área de amendoal mais do que duplicou. Trás-os-Montes não fugiu à regra e o crescimento foi de 51%, entre 2009 e 2019. A nível nacional, em 2019 havia mais de 49 mil hectares de amendoal e, em 2020, os hectares de pomares de amendoeiras superavam os 52 mil. Mais de 25,5 mil hectares situavam-se em Trás- -os-Montes e Alto Douro, que continua a ser a maior região produtora de amêndoa no país, apesar do exponencial aumento de amendoal intensivo no Alentejo. No caso da CAAF – Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé, CRL, que tem uma produção própria com cerca de 40 hectares, apesar de alguns dos pomares não estarem ainda em produção, também se espera que haja mais amêndoa este ano. “Estimamos que a produção seja bastante superior àquela que se verificou no ano anterior, e que o preço também seja superior. Esperamos que, em termos de volume de amêndoa, a produção quase duplique em relação ao ano anterior”, altura em que rondou as 25 toneladas, refere Mário Lopes, da direcção desta entidade. Também neste caso houve uma aposta na plantação de novo amendoal, o que faz com que “o aumento desta produção também se deva ao facto das amendoeiras estarem a entrar em plena produção”.Preço também sobeApesar do crescimento da produção, não se prevê que tal faça descer o preço pago pelo grão de amêndoa. Rui Tranchete afirma que “neste momento, perante a cotação, houve um aumento de 25% do valor em relação ao ano transacto”. Apesar de o ano passado a produção ter sido menor, o valor pago era mais baixo, sendo que este ano varia entre os 3,20 e os 4,50 euros, por quilo de amêndoa moderna molar, já para o fruto seco biológico ronda os 8 euros.
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